Os dados foram apresentados pela
coordenadora da Aliança das Águas, Maru Whately, em uma mesa redonda –
Chapa quente do aquecimento global – ocorrida na tarde de hoje (10), no
encontro global Emergências, iniciativa do Ministério da Cultura que
debate desde segunda-feira, no Rio de Janeiro, a cultura como ativadora
de processos na conquista de direitos civis, políticos, sociais,
econômicos e ambientais.
A arquiteta e urbanista, que integra o
Instituto Socioambiental, disse que a Aliança das Águas se formou no ano
passado, com a crise de abastecimento em São Paulo, e reúne hoje cerca
de 60 entidades de diferentes áreas. O objetivo é contribuir para a
segurança hídrica do estado. Segundo ela, apesar de cientistas não
afirmarem que as mudanças no ciclo hídrico estão relacionadas com o
desmatamento ou o aquecimento global, as mudanças são perceptíveis.
“Nós somos a Arábia Saudita da água e
estamos ficando secas. Temos 12% da água doce do mundo, com o aquífero
Guarani, o aquífero na Amazônia. E vimos as grandes cidades ficando sem
água. Desde o surgimento da água e a formação do ciclo hidrológico, tudo
o que acontece com o clima a gente vê através da água. A estiagem de
2014 foi um evento climático extremo e eles tendem a ser cada vez mais
frequentes. Há questões climáticas em várias partes do mundo, na
Califórnia, e parte da tensão hoje na Síria é por causa disso. A
previsibilidade do clima que a gente tinha está mudando“. Maru convocou todos, governo e sociedade, a repensarem sua relação com a água e, também, com o saneamento básico.
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