domingo, dezembro 13, 2015

Manobras, pancadaria e xingamentos marcam semana que envergonhou o Congresso.

Eduardo Cunha em agosto de 2015 (Foto: AP Photo/Andre Penner)

O país assistiu envergonhado às cenas de MMA na Câmara dos Deputados ao longo da semana. Os conflitos se acirraram pelas manobras do governo para conseguir apoio para compor a comissão especial do impeachment e – principalmente – pela atuação belicosa do presidente da Casa, Eduardo Cunha. Em mais uma mostra de seu conhecimento do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, Cunha se valeu do Artigo 7o para arquitetar a derrubada do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria do Conselho de Ética. A manobra de Cunha, conduzida por meio da Mesa Diretora da Câmara, baseava-se no argumento de que Pinato integrou o bloco que ajudou a elegê-lo presidente da Câmara, no início do ano. Por isso, segundo Cunha, Pinato estaria impedido de relatar no Conselho.

A obsessão do peemedebista em usar o regimento para justificar movimentações controversas não é novidade. A situação não provocaria uma sequência de pancadaria no Congresso se o objetivo de Cunha não fosse estritamente pessoal. A derrubada de Pinato ocorreu na mesma sessão em que o deputado leu parecer prévio contrário a Cunha no Conselho de Ética, órgão responsável por julgar se o parlamentar quebrou o decoro por mentir à CPI da Petrobras, quando disse que não possuía contas na Suíça. Daí por diante, os fatos vistos no Plenário da Câmara entraram para aquele capítulo da história que os brasileiros não terão prazer em recordar.

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