O país assistiu envergonhado às cenas de MMA na Câmara dos Deputados ao
longo da semana. Os conflitos se acirraram pelas manobras do governo
para conseguir apoio para compor a comissão especial do impeachment e –
principalmente – pela atuação belicosa do presidente da Casa, Eduardo Cunha. Em
mais uma mostra de seu conhecimento do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, Cunha se valeu do Artigo 7o para arquitetar a derrubada do
deputado Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria do Conselho de Ética. A manobra de Cunha, conduzida por meio da Mesa Diretora da Câmara,
baseava-se no argumento de que Pinato integrou o bloco que ajudou a
elegê-lo presidente da Câmara, no início do ano. Por isso, segundo
Cunha, Pinato estaria impedido de relatar no Conselho.
A obsessão do peemedebista em usar o
regimento para justificar movimentações controversas não é novidade. A
situação não provocaria uma sequência de pancadaria no Congresso se o
objetivo de Cunha não fosse estritamente pessoal. A derrubada de Pinato
ocorreu na mesma sessão em que o deputado leu parecer prévio contrário a
Cunha no Conselho de Ética, órgão responsável por julgar se o
parlamentar quebrou o decoro por mentir à CPI da Petrobras, quando disse
que não possuía contas na Suíça. Daí por diante, os fatos vistos no
Plenário da Câmara entraram para aquele capítulo da história que os
brasileiros não terão prazer em recordar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário