A estudante Gloria Maria de Souza Rocha, de 17 anos, informou em
depoimento, segundo seu advogado, nesta segunda-feira (12), na Vara da
Infância e da Juventude de Santos, no litoral de São Paulo, que o pai
tem um chicote em casa e que o utilizava para agredir ela e a mãe. O
Conselho Tutelar disse que a jovem foi colocada em segurança e ficará
acompanhada da irmã.
A história de Gloria repercutiu nas redes sociais depois que ela fugiu de casa. O
suposto desaparecimento revelou, na verdade, as agressões que ela diz
ter sofrido do pai, o escritor Joselito Oliveira Rocha, de 40 anos. O
fato ainda fez a adolescente reencontrar, após 16 anos, a irmã Erika
Cristina Carballo de Oliveira, de 23, que foi retirada da casa dos pais
por maus-tratos quando tinha seis anos.
“No
relato da filha [ao promotor Carlos Alberto Carmello Júnior], ela chega
a dizer que há um chicote para que ele [Joselito] bata nelas [mãe e
filha]. Então, haverá a apuração do crime de maus-tratos pela Delegacia
da Mulher”, afirmou o advogado da jovem, Dárcio Cesar Marques, no Fórum
de Santos.
Marques
ainda disse que Gloria informou à Promotoria que a mãe, Maria José de
Souza Franklin, de 44 anos, “é agredida violentamente e também
verbalmente” pelo marido. Foram, aproximadamente, cinco horas de
depoimentos prestados pelos envolvidos diretamente no caso e testemunhas
dos fatos relatados.
“Eu sei que ela [Gloria] estava sofrendo ameaças e agressões, e que
estava vivendo em um ambiente muito agressivo”, afirmou a irmã da jovem,
Erika. Aos 6 anos, a Justiça determinou que Maria e Joselito perdessem a guarda dela pelo mesmo crime. As duas se reencontraram em uma rede social, em um pedido de ajuda, na última semana.
O
conselheiro tutelar de Santos, Mauricio Bezouro Carvalho, disse que
Gloria está guardada e segura em um lugar que não pode ser revelado até
que a nova guarda definitiva seja estabelecida. “O caso entrou em
segredo de Justiça, para preservar os envolvidos. Temos que aguardar o
desfecho [a decisão] da audiência [com o juiz]”.
Por
enquanto, Gloria terá a companhia da irmã, que a ajudou a relevar o que
ocorria dentro de casa. A parte criminal, envolvendo maus-tratos,
deverá ser apurada, segundo o advogado, pela Polícia Civil, a partir
desta terça-feira (13). Joselito e Maria José estão desaparecidos após a
denúncia feita pelos familiares à polícia.
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