O ministro interino da Cultura, João
Batista de Andrade, pediu demissão ao presidente Michel Temer nesta
sexta-feira. À frente da pasta desde que o ex-ministro Roberto Freire
(PPS) deixou o governo, há pouco mais de um mês, Andrade alega na carta
entregue à presidência “desinteresse em ser efetivado como ministro”.
“Comunico a Vossa Excelência,
respeitosamente, o meu desinteresse em ser efetivado como Ministro de
Estado da Cultura, posto que venho exercendo interinamente, e por
determinação legal do regimento interno, por ser o atual
Secretário-Executivo do Ministério da Cultura. Assim sendo, confirmo a
minha disposição para contribuir de forma mais proativa possível com a
transição de gestão no Ministério da Cultura, até a nomeação do próximo
Ministro de Estado da Cultura e seu respectivo Secretário-Executivo”,
diz Andrade na carta de demissão.
Além do desinteresse pelo cargo, o agora
ex-ministro lamentava restrições orçamentárias. Para ele, o “grave
corte orçamentário da pasta, em 43%, que imobiliza o Ministério e
inviabiliza alimentar qualquer sonho de uma boa política cultural, e a
redução a zero dos recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC)”.
Ele também citou a “a deterioração política” como motivo que o levou a tomar a decisão.
Cineasta, João Batista de Andrade foi
secretário-executivo da Cultura durante a passagem de Freire na pasta.
Ele ficou no ministério em período de transição, assim como boa parte
dos indicados do PPS, mas vinha tendo problemas, por exemplo, na
sucessão da presidência da Ancine, ainda sob influência do PCdoB, que
comandou a agência na era petista.
Presidente do PPS, Roberto Freire deixou
o governo depois de as delações premiadas de executivos da JBS
atingirem em cheio o presidente. Ele tomou a decisão depois que Temer
negou que renunciaria. Freire defendeu o desembarque de seu partido da
base aliada, o que não aconteceu. A legenda mantém o Ministério da
Defesa, comandado por Raul Jungmann.
“A decisão de sair é política do
partido, todos achavam que eu devia sair. Não volto atrás. Mas não vamos
fazer oposição ao governo. O Raul fica por causa das Forças Armadas,
ali é melhor não criar nenhum problema ” disse Roberto Freire a VEJA à
época de sua saída do governo.
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