O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA),
afirmou hoje (24) que o governo tem pelo menos 275 votos favoráveis à
reforma da Previdência. Faltando menos de duas semanas para a data
marcada para início da discussão da proposta no plenário da Câmara, o
governo ainda tenta convencer cerca de 55 deputados indecisos.
Mesmo
depois de várias reuniões e negociações durante o recesso parlamentar, o
número não é muito diferente do divulgado por lideranças governistas no
fim do ano passado, quando a base apresentava cerca de 267, 270 votos
de apoio à proposta que altera as regras de acesso à aposentadoria.
Desde o início do ano, integrantes da equipe de governo tem, inclusive,
evitado falar nos números,para não atrapalhar as articulações que estão
em andamento.
Depois de se reunir com o ministro da Secretaria de
Governo, Carlos Marun, no Palácio do Planalto, Arthur Maia relatou que a
equipe governista continuará nos próximos dias “com intensas
negociações” até a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, em
fevereiro.
O objetivo do governo é alcançar o número de 330
parlamentares favoráveis, para superar a maioria de 308 deputados, o que
equivale a dois terços dos 513 integrantes da Câmara. O quórum
qualificado para aprovar a proposta é previsto no Regimento Interno da
Casa por se tratar de uma emenda à Constituição.
Uma das
estratégias para atrair votos é a possibilidade de modificações pontuais
no relatório em análise na Câmara. No entanto, o relator destacou que
qualquer alteração só será feita se houver, por parte do parlamentar que
sugere a mudança, um compromisso em garantir votos favoráveis ao
projeto.
O deputado adiantou que há reivindicações da chamada
bancada da bala para mudar as regras da Previdência dos policiais.
Alguns parlamentares que representam a bancada pedem que haja algum tipo
de regra de transição para a categoria.
“Só haverá mudanças, se
trouxer votos que de fato ajudem a aprovar a proposta. Não adianta ficar
fazendo modificações que não resultem em votos. Não adianta você
atender uma solicitação trazida por algum parlamentar que representa a
categoria e, ainda que atenda esses parlamentares, eles continuam contra
o projeto”, declarou Maia.
A partir dos pedidos de mudanças no
texto, o relator afirmou que líderes governistas estão preparando um
pacote de mudanças no relatório e poderão apresentar em plenário uma
emenda aglutinativa que contemple as alterações.
Sobre a
possibilidade de deixar a votação da matéria para novembro, depois das
eleições, Maia disse que esta hipótese está afastada. Contudo, o
deputado reiterou que quem define o calendário da pauta de votação do
plenário da Câmara é o presidente da Casa. A votação da reforma está
marcada para 19 de fevereiro.
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