O Rio Grande do Norte registrou um aumento de quase 10% nos casos de suicídio de janeiro a agosto de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado. No total, foram 166 casos de suicídio contra 151 em 2019. Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed/RN) e demonstram ainda que 131 ocorrências foram dentro de casa.
De acordo com a psicóloga Emanuelle Camelo, conselheira do Conselho Regional de Psicologia do estado (CRP-RN), os números refletem diretamente problemas gerados pela pandemia da Covid-19 e exigem atenção, já que, com a atual situação brasileira, há o favorecimento ao aumento de sofrimento psíquico advindo do isolamento social, desemprego, luto e diversas outras situações.
“É importante apontar que o suicídio é multifatorial, algo único para cada indivíduo. A maior parte dos casos de suicídio já não ocorrem mais por uma questão psiquiátrica ou um transtorno mental em si. Pessoas vítimas de violência, perdas pessoais, o luto, a pressão social, o bullying e a privação de liberdade, por exemplo, são fatores a serem considerados e em todos é importante buscar fortalecer os vínculos com a família e amigos”, afirmou Emanuelle.
Apesar da depressão ser reconhecida como “mal do século”, e comumente associada ao problema, o CRP-RN alerta que os fatores que levam ao suicídio vão além da questão psíquica dos indivíduos, dependendo também de fatores externos e das condições em que vivem, tal como o clima de incertezas gerados pelo atual momento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o 8ª lugar entre os países com mais casos. Cerca de 32 pessoas tiram a própria vida por dia, uma a cada 45 minutos.
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