A área desmatada na Amazônia foi de 11.088 km²
entre agosto de 2019 e julho de 2020, de acordo com números oficiais do
governo federal divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o Inpe, trata-se de um aumento de 9,5% em relação ao período anterior (agosto de 2018 a julho de 2019), que registrou 10.129 km² de área desmatada.
É a maior área desde 2008, quando o Prodes apontou 12.911 km² desmatados (veja mais dados abaixo).
Intenção x realidade
O número mostra que a gestão do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles não conseguiu cumprir a intenção anunciada no ano passado. Sem citar meta, Salles disse que pretendia eliminar o desmate ilegal com o estabelecimento de "estratégias".
Especialistas ouvidos pelo G1 apontam que o aumento agora anunciado não é surpresa, já que ao longo da temporada o governo:
- enfraqueceu a atuação do Ibama na fiscalização, levando o tema a ser alvo de ação na Justiça Federal;
- facilitou a exportação de madeira ilegal;
- foi questionado por países que cobram a eliminação do desmatamento das cadeias de produtos agrícolas vendidos para a Europa; empresas também cobraram a redução do desmate para manter negócios com o Brasil;
- apostou na presença do Exército, embora operação seja mais cara do que a presença dos fiscais;
- incentivou a ação de garimpeiros na região;
- e entre outros pontos, mantém paralisados R$ 2,9 bilhões do Fundo Amazônia antes usados também em ações de fiscalização.
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