Uma das mulheres que não resistiu às complicações causadas pelo novo coronavírus foi a dona de casa Maria Aparecida Camilo de Souza, de 39 anos. Após dar entrada duas vezes na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Macaíba com sintomas respiratórios característicos da covid-19 e não ter sido internada, ela foi atendida pela infectologista Carolina Damásio, preceptora do ISD. Ao constatar o agravamento da doença, a médica encaminhou Maria Aparecida ao Hospital Giselda Trigueiro, em Natal. Ela foi internada em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas morreu poucos dias depois. Maria Aparecida estava grávida de seis meses, e passou por uma cesárea de emergência. O bebê nasceu vivo, mas não resistiu.
“A gestação é um grande fator de risco para a Covid-19. Aumenta a chance de complicação, mesmo que a gestante não tenha outras comorbidades, e aumenta, também, a chance dela morrer. Por isso, a gente precisa proteger e vacinar as gestantes”, ressalta Carolina Damásio. Ela relata, ainda, que as mulheres grávidas que procuravam atendimento nas unidades de saúde no Estado já apresentavam sintomas graves. “Elas chegavam com dificuldade de orientação, de monitoramento no início do tratamento e chegavam aos hospitais bem mais graves, necessitando de intubação”, declara a infectologista do ISD.
Conforme a subcoordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap/RN, Diana Rego, o aumento considerado “alarmante” das mortes entre grávidas e puérperas não foi causado por uma cepa mais letal da covid-19, mas pela dinâmica do avanço da pandemia no Estado. “Entre março e maio deste ano tivemos um pico de mortes entre grávidas e puérperas, que integram o grupo de risco. Ocorreu uma disseminação alarmante do vírus nas festas de final de ano e veraneio. Não houve uma cepa específica para esse grupo. Foi um reflexo da pandemia como um todo. Tivemos números alarmantes”, analisa Diana Rego. No total, o Estado registra, até esta quarta-feira (21/07), 55 óbitos por infecção pelo novo coronavírus entre pessoas inseridas nesses grupos.
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