A presença de militares ocupando cargos civis praticamente triplicou
no governo de Jair Bolsonaro, na comparação com 2013. Os representantes
das Forças Armadas estavam em 370 postos há nove anos, e passaram a
ocupar 1.085 no ano passado, o que representa um aumento de 193%. Os
dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) e revelam, ainda, que Bolsonaro distribuiu uma quantidade
significativa de cargos para oficiais justamente em ministérios
estratégicos, como Saúde, Economia e Meio Ambiente.
Desde o começo do governo, o presidente vem ampliando o espaço dos
militares na cúpula do Poder Executivo. Durante a pandemia, recorreu ao
general Eduardo Pazuello para assumir a Saúde. No Palácio do Planalto
também se cercou de oficiais generais. Reportagem do Estadão publicada
no domingo, 29, mostrou ainda que as Forças Armadas tiveram o maior
ganho salarial entre os servidores federais nos últimos 10 anos.
Segundo o Ipea, a maior ocupação de militares aparece nos cargos de
Direção e Assessoramento Superior (DAS) e Função Comissionada do Poder
Executivo (FCPE). Os titulares desses postos gozam de poder e prestígio
administrativo na burocracia governamental. Entre 2013 e 2018, a
presença de militares nessas posições variou de 303 cargos para 381.
Com a chegada de Bolsonaro ao poder, o número praticamente dobrou
em 2019, chegando a 623 cargos. Em 2021, eram 742. Nos cargos de
Natureza Especial, considerados de “primeiro e segundo escalões”, a
presença de militares passou de 6 para 14.
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