sexta-feira, setembro 02, 2022

Datafolha: três semanas após auxílio de R$ 600, Lula mantém o dobro de intenções de voto de Bolsonaro entre mais pobres.

A pesquisa Datafolha divulgada ontem quinta-feira mostrou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua mantendo melhor desempenho no eleitorado mais pobre, com 54% das intenções de voto — este grupo, com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, é o principal componente do Cadastro Único (CadÚnico) de programas sociais do governo federal. Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, apresenta no estrato seu menor patamar, com 25% da preferência.

Passadas três semanas da elevação do benefício mínimo do Auxílio Brasil para R$ 600, uma das principais apostas da campanha do presidente para melhorar a performance nas pesquisas, o petista mantém mais do que o dobro dos votos de Bolsonaro. A comparação com o levantamento anterior do instituto, feito em meados de agosto, mostra um cenário estável: Lula tinha 55%, contra 23% do presidente, em flutuações dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Bolsonaro, por sua vez, manteve sua vantagem para Lula na faixa de renda de dois a cinco salários mínimos, segundo o Datafolha. O presidente figura com 40% no grupo, contra 36% do petista. Trata-se de um comportamento distinto ao registrado pela pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira, que apontou evolução de Lula nesta faixa de remuneração intermediária, ante um recuo de Bolsonaro.

As pesquisas, porém, foram realizadas em datas diferentes e têm metodologias distintas. No quadro geral, por outro lado, o Ipec já havia apontado menor possibilidade de definição da corrida presidencial em primeiro turno, mesma tendência indicada pelo Datafolha agora.

Bolsonaro, apesar de poucas alterações em grupos que compõem suas principais fontes de apoio, como os evangélicos, passou de 32% para 35% na região Sudeste, que é decisiva para a corrida ao Palácio do Planalto por concentrar quatro em cada dez eleitores do país. Lula, por sua vez, recuou na mesma medida, passando de 44% para 41%.

A pesquisa divulgada nesta quinta-feira também apontou a continuidade da tendência de melhora na avaliação do governo. Segundo o Datafolha, 31% disseram considerar a gestão do atual presidente como ótima ou boa, enquanto 42% a avaliaram como ruim ou péssima. A diferença entre um e outro, de 11 pontos, é ligeiramente menor do que os 13 pontos registrados em agosto, mas representa evolução ainda maior ante os 21 pontos registrados em junho, quando 47% reprovavam e 26% aprovavam o governo.

O Datafolha ouviu 5.734 eleitores de todas as regiões do país entre 30 de agosto e 1° de setembro. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais, para um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o número BR-00433/2022.

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