Para o ano de 2022 como um todo, os economistas projetam um avanço de 2,1% do PIB brasileiro, bem acima do 0,3% estimado no início deste ano, segundo o boletim Focus do Banco Central, que reúne as expectativas de economistas do mercado financeiro.
Apesar desses números positivos, a sensação de mal-estar com relação à economia persiste entre os brasileiros. E essa não é apenas uma impressão, existe um indicador para medir essa sensação, é o chamado "Índice de Miséria".
No segundo trimestre, mesmo com a alta do PIB, o índice de mal-estar econômico seguiu próximo do recorde, puxado pela inflação e pela inadimplência das famílias, que mais do que compensaram as melhoras do emprego e da renda no período.
"O PIB deste ano tem previsão de crescimento da ordem de 2%, o que é pouco tendo em vista o que se perdeu nos últimos anos", afirma João Saboia, professor do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"E PIB não faz milagre: a informalidade segue elevada, a renda dos mais pobres segue pressionada pela inflação de alimentos e a inadimplência é recorde. Então é natural que as pessoas estejam se sentindo mal em termos de bem-estar. Pelo menos uma grande parte da população", acrescenta o economista.
Entenda por que o PIB está crescendo mais do que o esperado, mas ainda assim o mal-estar econômico se mantém. E como essa combinação deve afetar o voto dos eleitores em outubro.
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