Com a ordem de remoção, a maioria dos ministros atendeu a pedido do PT. O
partido apresentou uma representação contra Bolsonaro por propaganda
eleitoral antecipada negativa e disseminação de desinformação. Os
ministros decidiram também multar o presidente em R$ 5 mil.
Ficou vencida no caso somente a relatora, ministra Maria Claudia
Bucchianeri. Em agosto, ela havia negado liminar (decisão provisória) ao
PT no processo, por não ter visto urgência ou uso de material
manifestamente inverídico nas publicações. As postagens questionadas
pelo PT trazem o vídeo de uma reportagem com interceptações telefônicas
em que um líder do PCC diz: "Com o PT nois (sic) tinha diálogo. O PT
tinha com nois (sic) diálogo cabuloso".
Prevaleceu ao final a divergência do ministro Ricardo Lewandowski, que
afirmou não ter dúvida sobre a violação à legislação eleitoral, por ver
ofensa à honra de um candidato por outro, sem lastro em indícios
suficientes. "A intenção de atacar a honra alheia é manifesta e a
gravidade da conduta deve ser avaliada em razão do cargo de presidente”,
afirmou o ministro.
Acompanharam a divergência os ministros Cármen Lúcia, Mauro Campbell,
Benedito Gonçalves, Sergio Banhos e Alexandre de Moraes, presidente do
TSE, para quem a Justiça Eleitoral estabelece um precedente importante
no caso.
No voto, Moraes disse que o TSE precisa mostrar que irá remover não só
informações claramente falsas, como também publicações que se valem de
informações verdadeiras mas distorcidas. "Notícias que desvirtuam fora
das redes devem ser combatidas", afirmou o ministro.
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro disse que "prefere acreditar que a
guinada jurisprudencial levada a efeito pelo TSE na manhã de hoje tenha
sido concebida com o propósito específico de estimular o fair play
eleitoral por parte de todos os candidatos. A partir de agora, por
força do princípio da colegialidade e em nome da coerência jurídica,
expressões até mais graves, a exemplo da imputação de crime, não merecem
ser toleradas”.
quinta-feira, setembro 01, 2022
TSE decide remover publicação de Bolsonaro contra Lula no Twitter.
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou hoje (1°),
por 6 votos a 1, a remoção de postagens do presidente Jair Bolsonaro,
candidato à reeleição, que associam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o PT à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
As publicações foram feitas no perfil verificado de Bolsonaro no
Twitter.
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