quarta-feira, novembro 16, 2022

Na COP 27, Lula propõe aliança global contra fome e cobra de países ricos recursos contra mudança climática.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), propôs, durante pronunciamento nesta quarta-feira (16) na COP 27, no Egito, uma aliança global para combater a fome em todo o mundo. Ele também cobrou dos países ricos o cumprimento da promessa de recursos para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas nos países mais pobres.

O presidente eleito desembarcou no Egito na última segunda-feira (14) para participar da COP 27. Ele foi convidado pelo presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi.

Esta é a primeira viagem de Lula ao exterior desde a vitória nas eleições de 2022 contra o presidente Jair Bolsonaro, que não viajou para a COP 27. 

No discurso, Lula:

  • Criticou gastos de trilhões de dólares em guerras, enquanto 900 milhões passam fome;
  • Cobrou países ricos pelo cumprimento dos acordos climáticos e o financiamento de ações ambientais dos países pobres;
  • Sem citar Bolsonaro, criticou o governo atual pela devastação do meio ambiente;
  • Pediu a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e o fim do privilégio do veto de alguns países;
  • Prometeu esforços para zerar o desmatamento até 2030 e punir garimpo, mineração, extração de madeira e agropecuária indevida;
  • Anunciou a criação do Ministério dos Povos Originários;
  • Propôs uma Aliança Mundial pela Segurança Alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades;
  • Ofereceu o Brasil como sede da COP 30, em 2025, em algum estado amazônico;
  • Afirmou que o agronegócio será aliado estratégico na busca por agricultura sustentável;
  • Propôs a Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica, com Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
"Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos. Por isso estamos propondo uma aliança mundial pela segurança alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática", disse Lula no discurso.

De acordo com o petista, "a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo."

Lula criticou gastos com guerras enquanto milhões de pessoas passam fome no mundo. E fez apelo por uma união para enfrentamento da "tragédia climática".

"O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática. No entanto, ignoramos esses alertas. Gastamos trilhões de dólares em guerras que só trazem destruição e mortes, enquanto 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm o que comer."

Ele apontou que "ninguém está a salvo" das mudanças climáticas, mas que os efeitos do aquecimento global recaem "com maior intensidade sobre os mais vulneráveis."

Por isso, cobrou dos países mais ricos o cumprimento da promessa de aplicação de recursos para ajudar os países em desenvolvimento a superarem os problemas causados pelas mudanças climáticas.

"Eu queria lembrar a vocês que em 2009 os países presentes na COP 15, em Copenhagen, se comprometeram em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020 - portanto, já passaram-se dois anos - para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Então, eu não sei quantos representantes de países ricos têm aqui, mas eu quero dizer que a minha volta também é para cobrar aquilo que foi prometido na COP 15. É triste, mas esse compromisso não foi nem está sendo cumprido", afirmou Lula.

A Cúpula do Clima serve para que os países possam discutir as mudanças climáticas e propor medidas para a redução de gases do efeito estufa.

Mais cedo nesta quarta, Lula disse que pedirá à Organização das Nações Unidas (ONU) para a Amazônia sediar a Conferência do Clima (COP) em 2025.

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