A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) marcou para esta sexta-feira (19), a partir das 10h, a relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, localizado na região Metropolitana de Natal, o primeiro privatizado do país. O leilão vai ocorrer na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, e tem lance mínimo estabelecido em R$ 226,9 milhões. O evento deve contar com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
O terminal passou por um processo de devolução amigável feita pelo Consórcio Inframerica, administradora do aeroporto, que anunciou o pedido em 2020.
Em fevereiro deste ano, a Anac aprovou, de forma inédita, o edital de relicitação de São Gonçalo do Amarante. A agência afirmou que o processo é viável e tem potencial de ajudar a desenvolver a infraestrutura nacional.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, o terminal de Natal tem se mostrado uma oportunidade estratégica na região para investidores interessados em ingressar no mercado brasileiro de transporte aéreo.
O contrato de concessão com a Inframerica, que administra o aeroporto, começou em 2012 e tem duração prevista de 28 anos. O terminal foi construído do zero em preparação para a Copa do Mundo de 2014. Além de Natal, a Inframerica também é responsável pela administração do Aeroporto de Brasília.
De acordo com a concessionária, o Aeroporto de Natal se destaca como um dos principais exportadores de cargas do Nordeste e possui uma área de pátio de aeronaves com 210 mil m². Em 2022, o aeroporto registrou um fluxo de 2,2 milhões de passageiros e 18.179 pousos e decolagens, representando um aumento de 24,6% em relação a 2021. Esses números evidenciam o crescimento e a importância do aeroporto para a região.
Em 2020, a Inframerica anunciou que iria devolver a concessão do aeroporto. A empresa alegou ter investido cerca de R$ 700 milhões em obras de infraestrutura, mas enfrentou dificuldades devido à crise econômica que o país atravessou, especialmente no período inicial da concessão, afetando o turismo na região.
A empresa informou que os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental realizados no início da concessão projetavam um fluxo de 4,3 milhões de passageiros em 2019. No entanto, o número registrado foi de 2,3 milhões, cerca da metade do previsto nos estudos.
Essa discrepância entre as expectativas iniciais e a realidade do fluxo de passageiros foi uma das razões apontadas pela Inframerica para a decisão de devolver a concessão. A empresa enfrentou desafios significativos em relação ao tráfego de passageiros, o que afetou sua viabilidade econômica na administração do aeroporto de Natal.
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