Lula venceu a eleição do ano passado prometendo acabar com o desmatamento após anos de crescente destruição sob seu antecessor, Jair Bolsonaro, mas tem enfrentado desafios contínuos desde que assumiu o cargo, incluindo a falta de pessoal no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que 328,71 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia brasileira no mês passado, abaixo da média histórica de 455,75 quilômetros quadrados para o mês.
Isso interrompeu dois meses consecutivos de desmatamento mais elevado, com a perda florestal até agora neste ano caindo 40,4%, para 1.173 quilômetros quadrados.Especialistas dizem que ainda é muito cedo para confirmar uma tendência de queda, à medida que o pico anual do desmatamento de julho a setembro se aproxima, mas veem o dado mais recente como um bom sinal depois que a destruição da floresta tropical disparou no final de 2022.
"São vários fatores que podem estar relacionados. Temos, óbvio, essa mudança de governo, pode ter uma influência, sim", afirmou Daniel Silva, especialista em conservação da WWF-Brasil. "A agenda ambiental foi retomada, mas sabemos que precisa de tempo para poder colher os frutos dessa retomada."
Lula disse ser urgente que o Brasil mostre que seu governo não está apenas falando em proteger o meio ambiente, mas que está a caminho de cumprir o compromisso de acabar com o desmatamento até 2030.
No início deste mês, ele reafirmou essa promessa ao garantir uma contribuição de 80 milhões de libras (cerca de 500 milhões de reais) do Reino Unido para o Fundo Amazônia, uma iniciativa destinada a combater o desmatamento também apoiada por Noruega, Alemanha e Estados Unidos.
Anteriormente, ele também havia retomado o reconhecimento de terras indígenas, revertendo uma política de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que anunciou novas vagas no Ministério do Meio Ambiente e na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
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