O padre Sílvio Andrei, de 40 anos, da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, na Região Episcopal Sé da Arquidiocese de São Paulo, foi preso à 1h10 de ontem, em Ibiporã, no Norte do Paraná. Ele é acusado de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante. O primeiro pedido de fiança e concessão de liberdade foi negado na tarde de ontem, por falta de documentos. O advogado do padre tentava providenciá-los para conseguir a liberdade ainda de madrugada. Na delegacia, o investigador Robson disse que estava orientado a não dar informações por telefone.
Na Polícia Militar em Ibiporã, a informação era de que o padre teria ido a Londrina, região na qual trabalhou por alguns anos, a fim de realizar um casamento. Mas, durante a madrugada, policiais militares que estavam em uma das avenidas centrais de Ibiporã foram abordados por um homem totalmente nu que havia descido de um Fiat Idea preto, com placas de Belo Horizonte. Ele teria feito uma proposta sexual aos policiais, aparentemente sem perceber que exerciam essa função.
Logo depois, teria saído com o carro, mas foi seguido pelos policiais, que o pararam no Bairro Jardim Pastor. Segundo os policiais, pouco antes ele teria abordado um menor, que fugiu. Ao examinarem os documentos perceberam que se tratava de um padre. No banco de trás do carro encontraram as vestimentas sacerdotais. De acordo com a Polícia Militar, Andrei teria oferecido dinheiro aos policiais para que não o encaminhassem à delegacia. Ele também teria se recusado a fazer o teste de bafômetro, mas o relatório da PM aponta que o hálito denotava que havia tomado bebida alcoólica, além de apresentar olhos avermelhados e fala desconexa.
O advogado de Andrei, José Adalberto Almeida da Cunha, disse que não há nada que prove as acusações feitas pelos policiais. Ele afirmou que, antes de celebrar o casamento, o padre teria tomado alguns remédios, em razão de estar um pouco depressivo e para relaxamento muscular. Depois da celebração foi à festa, onde “se excedeu um pouco no vinho”. Na hora de voltar Andrei teria pegado o caminho de Ibiporã, em vez do Centro de Londrina.
De acordo com Cunha, como ele teria se sentido mal, acabou vomitando e tirou a maior parte das roupas. Logo depois, teria parado o carro e perguntado a um rapaz a direção de Londrina. Posteriormente, foi abordado pelos policiais. O advogado negou as acusações de propina e de assédio a menor, que, até a tarde de ontem, não tinha comparecido à delegacia para dar queixa. “Não vejo fundamento nisso”, disse Cunha. Segundo ele, se os policiais presenciaram essa atitude do padre, deveriam ter interceptado o menor para também encaminhá-lo à delegacia. “Está bem esquisita esta história”, destacou.
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