Será que o desejo de reduzir gastos imprudentes ou de alcançar um maior nível de autocontrole tem alguma relação com estar com a bexiga cheia? Sim, de acordo com uma nova pesquisa realizada por Mirjam Tuk, professora visitante de marketing da escola de negócios internacionais INSEAD. E isso não é tudo: esse estado de espírito pode ser induzido também por estímulos externos.
Trata-se de uma pesquisa que tem um toque de humor, mas também um enorme potencial. A ideia, que ocorreu após Tuk ingerir xícaras de café em excesso, é de que o autocontrole que exercemos sobre nossas bexigas é extensível a outras situações e pode até mesmo ser usado para controlar impulsos indesejáveis à condição humana.
O humor e a substância da pesquisa foram ambos reconhecidos em setembro, quando Tuk foi agraciada com o prêmio Ig Nobel de Medicina por seu estudo, realizado com Debra Trampe, da Universidade de Groningen, e Luk Warlop, da Universidade Católica de Leuven e da Escola Norueguesa de Administração. A premiação anual Ig Nobel, uma paródia americana dos prestigiosos prêmios Nobel, existe desde 1991 e reconhece pesquisas e estudos aparentemente bem humorados, talvez triviais, mas que contêm a essência da verdadeira descoberta. Organizados por uma revista de humor científico chamada The Annals of Improbable Research, os prêmios Ig Nobel são frequentemente entregues aos vencedores por pessoas que foram laureadas com o Nobel. O objetivo dos organizadores é homenagear conquistas que ''a princípio fazem rir, mas depois fazem pensar’'.
Tuk e seus colegas conduziram quatro estudos que sugerem que nossos esforços de autocontrole inconscientes – como, nesse caso, segurar a vontade de urinar – não se dirigem apenas a essa tarefa principal, mas também agem sobre outros controles de uma forma positiva. Segundo Tuk, o primeiro estudo teve como objetivo mostrar que as pessoas são mais capazes de responder melhor cognitivamente a um teste de Stroop quando estão com a bexiga cheia. Como parte do teste, os participantes tiveram de indicar as diferentes cores de várias palavras que foram apresentadas a eles. Normalmente, a primeira reação é de tentar ler as palavras, mas o teste descobriu que o tempo de resposta para identificar corretamente as cores acelerou em proporção direta à vontade de urinar.
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