A depressão afeta 350 milhões de
pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e é mais
prevalente entre mulheres. No Brasil, cerca de uma em cada dez pessoas
sofre com o problema. Embora seja uma doença comum, a moléstia carrega
estigmas que dificultam seu diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento
adequado.
O primeiro deles está no fato de a
depressão ser um transtorno mental. “Percebemos que o preconceito com as
doenças mentais faz com que muitos pacientes, principalmente os homens,
demorem a aceitar que têm o problema e a procurar um médico, atrasando o
tratamento”, diz Rodrigo Martins Leite, psiquiatra e coordenador dos
ambulatórios do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da
USP.
Limite — Além do preconceito
com os transtornos mentais, a dificuldade de interpretar os sintomas faz
com que uma pessoa demore a procurar ajuda. Os sinais podem ser
confundidos com sentimentos naturais do ser humano, como tristeza,
indiferença e desânimo. Esses sentimentos passam a configurar um quadro
de depressão clínica quando a variação do humor começa a afetar
negativamente vários aspectos da vida do paciente — da produtividade no
trabalho e nos estudos às relações com outros indivíduos, passando pela
qualidade do sono e a disposição física para realizar as atividades do
dia a dia.
“Muitas vezes é difícil diferenciar a
tristeza comum da depressão. O humor das pessoas nunca é constante,
sempre vai existir uma variação. Uma situação negativa pode desencadear
tristeza, luto. Isso é diferente da depressão clínica, que é uma
síndrome que vem acompanhada por outros sintomas”, explica Mara Fonseca
Maranhão, psiquiatra da Unifesp e do Hospital Albert Einstein.
Definição — Os critérios atuais
para diagnóstico da depressão — estipulados por entidades médicas como a
OMS e a Associação Americana de Psiquiatria — determinam que, para ser
detectada com a doença, uma pessoa deve apresentar ao menos cinco
sintomas do transtorno. Entre eles, um deve ser obrigatoriamente o humor
deprimido (tristeza, desânimo e pensamentos negativos) ou a perda de
interesse por coisas que antes eram prazerosas ao paciente. Os outros
sintomas podem incluir alterações no sono, no apetite ou no peso,
cansaço e falta de concentração, por exemplo.
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