Nesta semana a Telexfree foi condenada a
pagar uma multa de R$ 5,590 milhões por operar “esquema financeiro
piramidal” (Reprodução)
As vítimas do esquema bilionário de
pirâmide da TelexFree podem começar a se preparar para reaver o dinheiro
aplicado da empresa. O Ministério da Justiça, por meio de sua
assessoria de imprensa, disse ao site de VEJA que os chamados
‘divulgadores’ da TelexFree poderão mover ações na Justiça agora que já
há o reconhecimento crime de pirâmide. ’Divulgadores da TelexFree têm o
direito de pedir o dinheiro de volta’, afirmou o Ministério da Justiça,
em nota.
Com os bens bloqueados e atividades
suspensas desde meados do ano passado, a Ympactus Comercial Ltda.,
conhecida como TelexFree foi condenada pelo Departamento de Proteção e
Defesa do Consumidor, órgão da Secretaria Nacional do Consumidor
(Senacon/MJ) a pagar uma multa de 5,590 milhões de reais por operar “esquema financeiro piramidal”, que é crime contra a economia popular no Brasil.
Segundo o DPDC, a empresa estaria
ofendendo princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o
dever de transparência e a boa-fé nas relações de consumo, além de
veiculação de publicidade enganosa e abusiva. A decisão de pedir a
dissolução da empresa, contudo, cabe ao poder Judiciário. A TelexFree
teve suas operações no Brasil bloqueadas e tentou, por diversas vezes,
pedir recuperação judicial. Mas todos os pedidos foram negados. Apenas
depois do pedido de dissolução da empresa poderá ser tomada a decisão de
nomear um liquidante para fazer a gestão da massa falida e, quiçá,
ressarcir os divulgadores.
A empresa pode recorrer da decisão junto
à Senacon/MJ mas, mesmo assim, este não deixa de ser mais um revéz para
uma companhia que captou mais de 1 bilhão de reais de brasileiros com
promessas de lucro fácil em um esquema, entendido pelo Judiciário, como
insustentável financeiramente.
O processo de investigação contra a
empresa foi aberto em junho do ano passado motivado por denúncias de
vários órgãos estaduais do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor,
principalmente Procon e Ministério Público do Acre.
A matriz da TelexFree nos Estados Unidos
foi também alvo de uma intensa investigação da Securities and Exchange
Commission (SEC), órgão que regula o mercado financeiro do país. A
conclusão, divulgada há duas semanas, é de que ela forma uma clássica
pirâmide financeira, que arrecadou mais de 1 bilhão de dólares com
divulgadores ao redor do mundo.
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