A Presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010(Evaristo SA/AFP)
Em café da manhã no sábado, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a atuação da presidente
Dilma Rousseff, durante a semana, para conter a crise. Lula e Dilma se
reuniram no Palácio da Alvorada, na véspera das manifestações contra o
governo, marcadas para o domingo, para definir a estratégia de
enfrentamento das turbulências no cenário político e econômico.
Na avaliação do ex-presidente, o
movimento pela desestabilização do governo começa a arrefecer porque
Dilma saiu do gabinete no Palácio do Planalto, defendeu sua gestão e
conseguiu mobilizar o Senado, movimentos sociais e até empresários
contra o impeachment.
Além disso, o governo ganhou tempo no
Tribunal de Contas da União (TCU), que analisa as contas de Dilma de
2014, e obteve vitórias no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Embora a crise não esteja superada, Lula fez
uma análise mais otimista do cenário e destacou a importância da
parceria com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), na
divulgação da “Agenda Brasil”, que, no seu diagnóstico, conseguiu
desviar o foco da crise ao mirar na reforma administrativa.
Lula observou, porém, que é preciso uma
atenção redobrada à rebelião na Câmara e às notícias negativas vindas do
ajuste fiscal e da Operação Lava Jato, que desvendou um esquema de
corrupção na Petrobras. Para Lula, a presidente não deve deixar que a
Lava Jato domine a “agenda” do país. Além disso, ele acha que Dilma e a
equipe econômica devem bater na tecla do “pós-ajuste”, destacando que
tudo está sendo feito para retomar o crescimento econômico.
Lula e Dilma definiram uma agenda de
viagens a partir da próxima semana. O roteiro começará por cidades do
Nordeste. O ex-presidente irá a Pernambuco e ela, ao Rio Grande do
Norte. A debandada de eleitores do Nordeste impressiona o governo porque
a região sempre foi um celeiro de votos do PT. Lula também irá a Minas
Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, onde o governador
Fernando Pimentel (PT) enfrenta dificuldades por causa de uma
investigação da Polícia Federal contra ele. (Veja/Com Estadão Conteúdo)
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