Primeiro “viagra feminino” foi aprovado nos Estados Unidos (Allen G. Breed/AP)
O primeiro medicamento para estimular a
libido feminina, a flibanserina, foi aprovado hoje pela FDA, a agência
reguladora de alimentos e remédios nos Estados Unidos. Essa é primeira
vez que as mulheres com baixo interesse sexual têm uma alternativa para
tratar o problema. O nome comercial do remédio será Addyi.
De acordo com os documentos oficiais da
FDA, as mulheres que usaram o remédio no período de um mês afirmaram
ter, em média, 4,4 experiências sexuais satisfatórias. O grupo que tomou
placebo relatou uma média de 3,7. O medicamento é destinado para
mulheres que ainda não entraram na menopausa.
As propriedades da molécula da
flibanserina foram descobertas acidentalmente, durante testes para
remédios antidepressivos. Uma situação semelhante havia já ocorrido com o
Viagra masculino — a pílula azul fora inicialmente desenvolvida para
combater a hipertensão.
Desenvolvida pelo laboratório Sprout
Pharmaceuticals, a flibanserina já havia sido rejeitada duas vezes pela
FDA. A primeira desaprovação ocorreu em 2010 e, posteriormente, em 2013.
A agência alegara que a eficácia do remédio era muito modesta em
comparação aos efeitos do grupo que tomou placebo.
A grande dificuldade da ciência em
encontrar um medicamento para resolver os problemas das mulheres reside
na complexidade da sexualidade feminina. Considerado mais subjetivo, o
desejo feminino depende de elementos que não são apenas sexuais, como
humor, estresse cotidiano, bem-estar, confiança e atração pelo parceiro.
A flibanserina tem um mecanismo de ação
completamente diferente do Viagra. O comprimido azul age apenas
localmente, com o aumento do fluxo sanguíneo para o pênis para
estabelecer e manter uma ereção. Outra diferença em relação à pílula dos
homens é que a flibanserina não funciona de forma imediata. As mulheres
que receberem a prescrição deverão ingerir o comprimido todas as noites
antes de dormir por, pelo menos, quatro semanas até sentirem os
primeiros efeitos positivos. O auge da melhora só ocorre após dois meses
de tratamento.
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