Com a possibilidade de ser afastado do cargo em fevereiro pelo STF
(Supremo Tribunal Federal), o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), trabalha com a tese de que não será necessário
convocar imediatamente uma nova eleição para definir seu sucessor no
posto.
Em interpretação amparada pelo corpo técnico da Mesa Diretora da
Câmara, o peemedebista avalia que, no caso de o plenário do STF decidir
pela sua saída, não haveria vacância no cargo, já que ele se tornaria
presidente afastado e poderia ainda recorrer da decisão.
Nesse caso, assumiria o posto até o final de 2016, caso o
peemedebista não consiga reverter a decisão, o vice-presidente Waldir
Maranhão (PP-MA).
Aliado de Cunha, ele também é alvo da Operação Lava Jato. Em
depoimento, o doleiro Alberto Youssef o cita como um dos deputados do PP
beneficiados por propinas de contratos da Petrobras.
A intenção é a de que, mesmo afastado do cargo, Cunha tenha uma
espécie de preposto à frente da Câmara e, assim, continue com influência
sobre o processo legislativo.
A tese da não necessidade de convocação de uma eleição é também
compartilhada pelos partidos de oposição ao governo Dilma. Na avaliação
deles, um novo pleito teria de ser convocado apenas se Cunha renunciasse
ou tivesse o mandato cassado.
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