A “obesidade saudável” pode ser um mito.
Um novo estudo realizado por cientistas da Suécia aponta que a gordura
de pessoas obesas – mesmo aquelas que são consideradas metabolicamente
saudáveis – apresenta mudanças anormais em sua expressão genética na
resposta à estimulação por insulina.
Embora desde os anos 1990 tenha se
mostrado que cerca de 30% das pessoas com obesidade têm perfil
metabólico e cardiovascular saudável, o novo estudo alerta que eles não
estão excluídos das intervenções recomendadas contra a obesidade.
O estudo, publicado nesta quinta-feira,
18, na revista científica Cell, foi feito por pesquisadores do Instituto
Karolinska – célebre por promover o Prêmio Nobel – sob a coordenação de
Mikael Rydén.
“A descoberta sugere que vigorosas
intervenções de saúde podem ser necessárias para todos os indivíduos
obesos, mesmo aqueles que até agora tenham sido considerados
metabolicamente saudáveis Como a obesidade é um dos principais fatores
que alteram a expressão genética do tecido adiposo (gordura), nós
devemos continuar a focar na prevenção à obesidade”, declarou Rydén.
Segundo Rydén, a obesidade atingiu
proporções epidêmicas globais, afetando aproximadamente 600 milhões de
pessoas em todo o mundo e aumentando consideravelmente o risco de
doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, câncer e diabete tipo
2.
Desde a década de 1940, os cientistas
acumularam cada vez mais evidências de que haja uma ligação entre a
obesidade e as doenças metabólicas e cardiovasculares. Mas, nas décadas
de 1970 e 1980, alguns especialistas começaram a questionar em que
extensão a obesidade aumenta de fato esses problemas de saúde.
Depois, no fim da década de 1990, novos
estudos começaram a mostrar que alguns indivíduos obesos apresentavam um
perfil metabólico e cardiovascular saudável. Via o Estadão.
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