Um padre que atua em uma paróquia da Arquidiocese de Natal acusa a Igreja Universal do Reino de Deus de estimular seus fiéis a conseguir hóstias consagradas em missas celebradas em Natal para trocá-las por pão.
O Portal No Ar teve acesso a uma mensagem enviada pelo padre em um grupo de sacerdotes no WhatsApp, no qual o arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha está presente. Citando que já havia ouvido relatos do tipo, o sacerdote descreve que vivenciou a situação durante celebração de missa na última quinta-feira, 13, na capela de Santo Antônio, às margens da Avenida Senador Salgado Filho, na Zona Sul da capital potiguar.
A reportagem identificou o sacerdote, mas como o contato com o mesmo não foi alcançado prefere não expor o nome do padre. Os trechos seguintes foram extraídos da mensagem de voz, com mais de cinco minutos de duração, enviada pelo presbítero no aplicativo de mensagens instantâneas. Em contato com a Arquidiocese de Natal, o repórter pôde atestar a veracidade do áudio.
“Irmãos, hoje (quinta-feira, 13) celebrei, às 19 horas, na Igreja de Santo Antônio, para quem não conhece fica ao lado do Portugal Center, muito próximo da Universal do Reino de Deus, onde também estava havendo um evento. No momento da comunhão, entrou uma senhora de mais ou menos 50 anos e recebeu a eucaristia na mão. Percebendo que ela não colocou a eucaristia na boca, fomos atrás e ela desapareceu”, narrou o padre.
Em outro trecho da mensagem, o padre afirma ter localizado a dita senhora após a celebração. Ela afirmou que profanou contra a fé católica ao descartar a hóstia já consagrada.
“Fui retirar o veículo que estava no estacionamento do Portugal Center e me encontrei com um rebanho de mais de 100 evangélicos da Universal do Reino de Deus, e identifiquei a senhora. Me meti no meio deles, chamei a senhora para conversar. Fui cercado. Ela negou que tenha estado na igreja. Mas quando saí do meio deles, certamente pesou na consciência dela, e ela me procurou e disse: ‘estive na igreja, peguei a eucaristia, amassei e joguei fora'”, revelou.
A eucaristia é o que há de mais importante para o catolicismo, e sobretudo na missa celebrada na última quinta-feira, quando a liturgia da Igreja, dentro das celebrações da Semana Santa, recorda a instituição do sacramento pelo próprio Jesus Cristo no episódio bíblico conhecido como A Última Ceia.
“Me bateu um desespero muito grande e fiz a mesma pergunta que Maria Madalena fez: ‘me diga, por favor, onde você colocou Jesus que eu vou buscar’, e ela disse que não sabia onde tinha colocado”, contou o padre citando as palavras da personagem bíblica que foram ditas quando ela reencontrou Jesus após a ressurreição – de acordo com a Bíblia.
O padre contou que os evangélicos o cercaram, mais uma vez, e diziam que era somente um símbolo. Houve tumulto, mas nada de agressão. Isso de acordo com o relato do presbítero.
À reportagem, a Arquidiocese de Natal afirmou que acompanha o caso, mas que “não vai se pronunciar agora”.
Universal classifica como boato
A reportagem fez o contato com a Igreja Universal do Reino de Deus, em Natal. Entretanto, a demanda foi repassada para o Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais (Unicom), com sede em São Paulo (SP).
Por telefone, o repórter foi informado de que o caso em Natal ainda era desconhecido em São Paulo e, por isso, foi respeitado um prazo de 24 horas para que a Universal se pronunciasse por e-mail, meio escolhido pela igreja para a resposta. No entanto, 20 minutos depois uma mensagem já chegou ao repórter.
“Prezado senhor, Este boato deriva de outro – igualmente mentiroso – que circulou, irresponsavelmente, há algumas semanas em blogs e redes sociais. Segue link para a nota sobre a mentira, publicada no portal da Universal em 31/3”, dizia a mensagem.
O link leva a uma página em que pode ser lido que o assunto considerado como boato pela Universal emergiu do que a Igreja chama de “esgoto da internet”, o que já não se aplicaria ao caso que teria ocorrido em Natal, pois o tema surgiu num grupo da sacerdotes católicos. Não teve origem na internet.
O Portal No Ar teve acesso a uma mensagem enviada pelo padre em um grupo de sacerdotes no WhatsApp, no qual o arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha está presente. Citando que já havia ouvido relatos do tipo, o sacerdote descreve que vivenciou a situação durante celebração de missa na última quinta-feira, 13, na capela de Santo Antônio, às margens da Avenida Senador Salgado Filho, na Zona Sul da capital potiguar.
A reportagem identificou o sacerdote, mas como o contato com o mesmo não foi alcançado prefere não expor o nome do padre. Os trechos seguintes foram extraídos da mensagem de voz, com mais de cinco minutos de duração, enviada pelo presbítero no aplicativo de mensagens instantâneas. Em contato com a Arquidiocese de Natal, o repórter pôde atestar a veracidade do áudio.
“Irmãos, hoje (quinta-feira, 13) celebrei, às 19 horas, na Igreja de Santo Antônio, para quem não conhece fica ao lado do Portugal Center, muito próximo da Universal do Reino de Deus, onde também estava havendo um evento. No momento da comunhão, entrou uma senhora de mais ou menos 50 anos e recebeu a eucaristia na mão. Percebendo que ela não colocou a eucaristia na boca, fomos atrás e ela desapareceu”, narrou o padre.
Em outro trecho da mensagem, o padre afirma ter localizado a dita senhora após a celebração. Ela afirmou que profanou contra a fé católica ao descartar a hóstia já consagrada.
“Fui retirar o veículo que estava no estacionamento do Portugal Center e me encontrei com um rebanho de mais de 100 evangélicos da Universal do Reino de Deus, e identifiquei a senhora. Me meti no meio deles, chamei a senhora para conversar. Fui cercado. Ela negou que tenha estado na igreja. Mas quando saí do meio deles, certamente pesou na consciência dela, e ela me procurou e disse: ‘estive na igreja, peguei a eucaristia, amassei e joguei fora'”, revelou.
A eucaristia é o que há de mais importante para o catolicismo, e sobretudo na missa celebrada na última quinta-feira, quando a liturgia da Igreja, dentro das celebrações da Semana Santa, recorda a instituição do sacramento pelo próprio Jesus Cristo no episódio bíblico conhecido como A Última Ceia.
“Me bateu um desespero muito grande e fiz a mesma pergunta que Maria Madalena fez: ‘me diga, por favor, onde você colocou Jesus que eu vou buscar’, e ela disse que não sabia onde tinha colocado”, contou o padre citando as palavras da personagem bíblica que foram ditas quando ela reencontrou Jesus após a ressurreição – de acordo com a Bíblia.
O padre contou que os evangélicos o cercaram, mais uma vez, e diziam que era somente um símbolo. Houve tumulto, mas nada de agressão. Isso de acordo com o relato do presbítero.
À reportagem, a Arquidiocese de Natal afirmou que acompanha o caso, mas que “não vai se pronunciar agora”.
Universal classifica como boato
A reportagem fez o contato com a Igreja Universal do Reino de Deus, em Natal. Entretanto, a demanda foi repassada para o Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais (Unicom), com sede em São Paulo (SP).
Por telefone, o repórter foi informado de que o caso em Natal ainda era desconhecido em São Paulo e, por isso, foi respeitado um prazo de 24 horas para que a Universal se pronunciasse por e-mail, meio escolhido pela igreja para a resposta. No entanto, 20 minutos depois uma mensagem já chegou ao repórter.
“Prezado senhor, Este boato deriva de outro – igualmente mentiroso – que circulou, irresponsavelmente, há algumas semanas em blogs e redes sociais. Segue link para a nota sobre a mentira, publicada no portal da Universal em 31/3”, dizia a mensagem.
O link leva a uma página em que pode ser lido que o assunto considerado como boato pela Universal emergiu do que a Igreja chama de “esgoto da internet”, o que já não se aplicaria ao caso que teria ocorrido em Natal, pois o tema surgiu num grupo da sacerdotes católicos. Não teve origem na internet.
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