Em carta escrita do próprio punho, o
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba,
afirma que o parecer do processo de impeachment de Dilma Rousseff foi
submetido, antes da abertura, ao presidente Michel Temer. Cunha diz que
Temer não falou, em entrevista no sábado, dia 15, a “verdade” sobre o
ocorrido em encontro dois dias antes da abertura do processo de
afastamento da petista.
No sábado, Temer foi questionado sobre o papel de Cunha no
impeachment e disse que ambos teriam conversado a respeito do
encaminhamento na Câmara – e que Cunha dizia que arquivaria os pedidos
se tivesse os votos do PT no Conselho de Ética. Cunha, por outro lado,
afirma que Temer teve acesso ao parecer e deu aval sobre o conteúdo.
O deputado cassado também afirma que Temer se “equivocou nos
detalhes” quando tratou de encontro com o ex-presidente da Odebrecht
Engenharia Industrial Márcio Faria da Silva. Em delação, Silva diz que o
presidente comandou reunião de acerto de propina de US$ 40 milhões,
marcada por Cunha. Temer nega. O deputado cassado, porém, não contesta a
versão de que não se falou de valores. O Planalto informou que não vai
se manifestar.
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