A população brasileira deve ficar cada
vez mais idosa. Segundo dados do IBGE, até 2060 teremos mais pessoas se
aposentando do que economicamente ativas. Em 2004, 9,7% da população
tinham 60 anos ou mais. Em 2014, essa conta fechava em 13,7%. A projeção
para 2060 é de 33,7% da população com mais de 60 anos.
Em 2004, a cada 100 trabalhadores economicamente ativos, a proporção
era de 43 jovens para quinze idosos. Dez anos depois, o número de jovens
caiu para 33 e o de aposentados subiu para 21. Em 2060, o número de
idosos deve ultrapassar o de trabalhadores ativos – 24 jovens para 63
aposentados.
O pesquisador do Centro de Crescimento Econômico do Instituto
Brasileiro de Economia da FGV, Fernando de Holanda Filho, explica que em
países como França, Estados Unidos e Inglaterra o envelhecimento
populacional demorou anos para acontecer. “O envelhecimento da população
brasileira vai ser muito rápido e muito profundo. Assumindo que existe
uma proporção entre os benefícios de aposentadoria e o percentual da
população e a quantidade de pessoas acima de 65 anos, isso torna tal
sistema insustentável. Então, a introdução de uma idade mínima é
fundamental.” Para ele, o sistema previdenciário pode entrar em colapso,
já que ainda não há uma idade mínima definida para aposentadoria.
A expectativa é de que até dezembro, o Congresso discuta uma proposta
sobre reforma no sistema previdenciário. Com a pressão para que a
matéria seja votada ainda neste ano, o texto deve ser reduzido. A idade
mínima para aposentadoria de 62 anos para as mulheres e 65 para os
homens é um dos itens que deve permanecer no texto.
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