terça-feira, janeiro 16, 2018

Apuração independente vê indícios de que vice da Caixa atendeu a pedidos e deu informações do banco a Temer e Moreira

Investigação independente conduzida por um escritório de advocacia encontrou indícios de que um dos vice-presidentes da Caixa, Roberto Derziê Sant'Anna, teria fornecido informações sobre operações em trâmite do banco ao presidente Michel Temer e ao ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco ou atendido a pedidos dos dois.

A apuração interna foi conduzida pelo escritório Pinheiro Neto, e foi remetido ao Comitê Independente da Caixa. O documento também foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF).

As informações contidas na investigação independente foram algumas das utilizadas para embasar o pedido de afastamento dos vice-presidentes da Caixa enviado pelo Banco Central à Secretaria do Tesouro Nacional e também de pedido semelhante enviado pelo MPF ao governo.

Sant'Anna é um dos quatro vices afastados temporariamente por Temer nesta terça-feira (16).

Procurado, o Palácio do Planalto informou que não irá comentar o caso. O G1 buscava contato com a Caixa até a última atualização desta reportagem.

Já o vice-presidente da Caixa Roberto Derziê Sant'Anna informou que não irá se manifestar.

No documento, os responsáveis pela investigação afirmam que Derziê Sant'Anna relatou que nunca presenciou irregularidades cometidas no banco. Mas relatam que encontraram documentos que podem "indicar, pelo menos, o atendimento de pedidos" por parte de Temer e Moreira.

"[Roberto Derziê Sant'Anna] afirmou que nunca presenciou a realização de irregularidades por Geddel Vieira Lima, por Moreira Franco ou por Fábio Cleto. Contudo, foram encontrados documentos que podem indicar, pelo menos, o atendimento de pedidos ou o fornecimento de informações de operações em trâmite na CEF, por parte de Roberto Derziê de Sant'Anna, a Moreira Franco e a Michel Temer", diz o relatório da investigação.

Em outro trecho do documento, há o relato do ex-servidor da Caixa Giovanni Alves, que disse que Derziê pediu informações sobre operações do banco para repassar a Moreira Franco.

"A Investigação Independente pôde atestar que a relação próxima entre membros da alta administração da CEF e os grupos políticos que lhes dão sustentação acarreta grave risco à CEF", diz o relatório.

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