O delegado da 12ª Delegacia de Polícia Gabriel Ferrando disse, na manhã
de hoje (19), que um possível ataque epilético no motorista Antônio de
Almeida Anaquim é a principal linha de investigação sobre o
atropelamento de 17 pessoas na Praia de Copacabana, na noite de ontem
(18). Até o momento, a avaliação do delegado é de que o crime foi um
homicídio culposo, em que não há intenção de matar, e que o suspeito
deve responder em liberdade.
"Ele narra que teria tido uma espécie de disritmia, decorrente do
problema epilético. Segundo ele, essa disritmia causa nele um apagão",
disse o delegado, que mantém o motorista na delegacia até o momento,
para continuar com os esclarecimentos. "Esse apagão, segundo ele, teria
ocasionado a perda de consciência temporária no momento em que estava
conduzindo o veículo".
O delegado afirmou que nenhuma hipótese
ainda está descartada e que a vida pregressa do motorista continuará
sendo investigada. Na opinião de Ferrando, com as informações que ele
tem até o momento, não há como indiciar o motorista por homicídio
doloso, quando há intenção de matar, nem por homicídio com dolo
eventual, quando se assume o risco de matar.
"Trabalhar com a
hipótese, com os elementos que eu tenho no momento, de que ele tinha a
intenção ou assumiu o risco, eu acho temeroso".
O delegado
argumentou que a legislação não prevê prisão em flagrante para casos de
atropelamento em que o motorista se mantém no local do incidente. A
prisão também foi descartada até o momento porque os exames iniciais não
apontaram ingestão de álcool e outras substâncias, e também porque o
motorista não participava de um pega. Ferrando também considera que a
alta velocidade, ao que tudo indica, foi causada pela disritmia.
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