A Polícia Federal atribuiu ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao
ex-vice-governador de Minas Gerais Clésio Andrade o crime de corrupção
ativa no relatório final do inquérito que, durante dois anos, apurou
suspeitas de maquiagem de dados do Banco Rural que deveriam ter sido
entregues à CPMI dos Correios em 2005.
De posse do relatório, a Procuradoria-Geral da República enviou
manifestação ao ministro-relator do inquérito no Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes, o pedido para que o caso siga à primeira
instância com base na limitação da regra do foro privilegiado, uma vez
que os fatos são anteriores ao mandato parlamentar.
A conclusão da PF foi que Aécio Neves da Cunha, então governador de
Minas Gerais, e Clesio Soares de Andrade, vice-governador, atuaram junto
ao então senador Delcício do Amaral, presidente da CPMI, para que fosse
dado mais prazo para o envio de informações bancárias, de tal modo que o
Banco Rural pudesse alterar os dados referentes a contratos de empresas
do publicitário Marcos Valério.
O intuito, segundo a PF, era impedir o acesso da CPI a conteúdos que
ligassem a gestão tucana a crimes operados a partir das fraudes das
empresas do publicitário com o banco.
“É seguro afirmar que, no início do segundo semestre de 2005, por
intermédio de pessoa não plenamente identificada, Aécio Neves da Cunha e
Clésio Soares de Andrade ofereceram vantagem indevida a Delcídio do
Amaral para que este, na condição de presidente da CPMI dos Correios,
viabilizasse o retardamento e a inadequação de remessa pelo Banco Rural
de Informações bancárias envolvendo as empresas de Marcos Valério, com o
propósito de, juntamente com atos pretéritos e posteriores, mitigassem
evidências da existência e funcionamento dentro do Governo de Minas de
esquema acentuadamente semelhante ao que ocorria no Governo Federal e
era investigado naquela CPMI”, diz o delegado da PF Heliel Jefferson
Martins Costa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário