A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deverá
ser mais exigente este ano, e os estudantes deverão estar atentos,
sobretudo ao uso da língua portuguesa, segundo o coordenador pedagógico
do Vetor Vestibulares, Rubens César Carnevale, que foi corretor da
redação do Enem por três anos seguidos, de 2014 a 2016.
“O que aparece na correção do Enem é a gramática instrumental. O
aluno tem que ser usuário do idioma. Não precisa ser especialista, não
tem que saber nomenclatura, mas tem que saber usar”, diz.
Neste domingo (4), os 5,5 milhões inscritos no Enem farão as provas
de linguagem, ciências humanas e redação. Terão para isso, o tempo de 5
horas e 30 minutos. O Enem continua no dia 11 de novembro, com as provas
de ciências da natureza e matemática.
O rigor da correção, segundo o professor, tem aumentado a cada ano.
Em 2018, a previsão é que os corretores estejam mais exigentes,
principalmente em relação ao uso da língua portuguesa. Pelo menos duas
competências das cinco avaliadas no Enem cobram explicitamente o idioma.
“O Enem tem aperfeiçoado o método de correção. Não tem mais a
expectativa de que aconteça o que ocorreu há quatro anos, quando alunos
colocavam receitas ou hinos e tiravam nota. A expectativa não é mais
essa. O treinamento dos corretores está mais rigoroso. Vai ter
treinamento depois da prova. Isso é feito em todas as bancas de
vestibular”, afirmou.
Para ir bem na prova, o professor dá algumas dicas, como fazer um
rascunho com os principais tópicos que pretende abordar no texto. Além
disso, dar atenção ao primeiro parágrafo porque ele vai definir o estilo
e a linha de discurso: “O melhor é já causar uma boa primeira
impressão”.
Se o tema for polêmico, Carnevale recomenda que os estudantes
coloquem a visão contrária para que o avaliador entenda que o autor da
dissertação compreende o panorama completo. Apesar disso, ressalta: “O
texto deve ter uma conclusão clara e, embora seja possível listar outros
pontos de vista na redação, não deve haver dúvida sobre a mensagem que o
autor do texto pretende passar”.
Na proposta de intervenção, exigida no texto, o estudante deve deixar
claro alguns elementos, primeiro, o agente, que é quem vai tomar a
medida; a ação necessária; depois o meio para que seja executada e a
finalidade da intervenção. Desde o ano passado, desrespeito aos direitos
humanos não é mais motivo para zerar a redação inteira, mas, ainda
poderá zerar uma das competências, resultando em perda de 200 pontos.
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