Em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do site jornalístico The
Intercept Brasil, reiterou hoje (25) a autenticidade do material
recebido de uma fonte anônima com supostas mensagens entre o atual
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e membros da
força-tarefa da Lava Jato entre os anos de 2015 e 2018.
Desde o início do mês, o The Intercept vem divulgando trechos de
supostas conversas que Moro teria mantido com integrantes da
força-tarefa da Lava Jato quando ainda era juiz da 13ª Vara da Justiça
Federal, em Curitiba, onde é julgada parte dos processos da Lava Jato.
O ministro tem afirmado que as mensagens veiculadas pela imprensa
foram tiradas de contexto e podem ter sido adulteradas. Moro informou
que usava o aplicativo de mensagens Telegram para “agilizar” os contatos
com procuradores da força-tarefa da Lava Jato necessários à execução de
procedimentos legais e que suas conversas não revelam nenhuma
ilegalidade, tendo sido obtidas “criminosamente” por hackers que interceptaram as comunicações de autoridades.
Segundo Glenn Greenwald, o ministro não apontou até o
momento qualquer material específico publicado em que possa ter ocorrido
adulteração.
O The Intercept afirma ter recebido de uma fonte anônima um imenso
arquivo contendo mensagens em texto e áudio. A equipe de jornalistas do site
garante ter apurado a veracidade das informações. Para os jornalistas,
as conversas indicam que Moro infringiu o código da magistratura ao
ajudar os procuradores da República a instruírem o processo penal,
sugerindo a ordem de deflagração de operações policiais da Lava Jato e
indicando testemunhas a serem ouvidas pela acusação. O site diz
que não revelará a origem das mensagens. A Constituição Federal reserva
a todo jornalista o direito de não revelar suas fontes de informações.
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