Um procedimento inédito no mundo para corrigir uma má-formação
congênita em um feto de 33 semanas, ainda no útero da mãe, foi feito no
Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto, no interior
paulista, neste mês de junho. O feto com gastrosquise – abertura no
abdômen que permite que órgãos, normalmente o intestino, se desenvolvam
do lado de fora – foi operado pela técnica de fetoscopia. Até então, o
paciente era operado logo após o nascimento. O procedimento foi
apresentado nesta semana no Congresso Mundial de Medicina Fetal, em
Alicante, na Espanha. No Brasil, a cada 2 mil bebês, um nasce com essa
má-formação.
Os médicos precisaram de uma hora e 40 minutos para fazer o
procedimento. A técnica de fetoscopia é similar a uma laparoscopia, não
sendo uma cirurgia aberta e, portanto, minimamente invasiva. São feitas
quatro pequenas incisões na barriga da mãe por onde eles introduzem os
instrumentos para ver o interior do útero e corrigir a má-formação. Eles
recolocaram o intestino no abdômen do feto e fecharam a parede
abdominal. Após 48 horas da cirurgia, apesar de mãe e feto estarem bem,
foi verificado durante um ultrassom de controle que parte do intestino
saiu por uma pequena abertura e os médicos optaram pelo tratamento
convencional, realizando o parto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário