Não resta mais qualquer dúvida de que é o uso de máscara que nos tem
favorecido na luta contra o novo coronavírus. Não foram cloroquina,
azitromicina e ivermectina os responsáveis por nossa vantagem em colocar
a curva pandêmica numa ligeira tendência de baixa. Foi a adesão
majoritária das pessoas à máscara de proteção, por mais que ela seja
precária em muitos casos.
Naturalmente, há exceções, mas elas não se comparam ao número daqueles que passaram a usar a máscara sem reclamar.
Nesse sentido, essas milhares de pessoas entenderam que a melhor
proteção num momento como este é justamente o mais acessível, o mais
barato e o que pode ser feito até em casa.
Afinal, quem é mais vulnerável economicamente sabe a desgraça que é
cair numa urgência de hospital neste momento, quando é até mais fácil
ser atendido por Covid-19 do que por uma obstrução de artéria.
É claro que esse bom exemplo dado de graça pelas pessoas simples não
poderia ser seguido pelo presidente da República, flagrado no fim da
tarde de ontem andando de moto e conversando com garis sem máscara,
apesar de testado pela segunda vez com o vírus.
O passeio, registrado pelas câmeras da agência Reuters, já deve ter
corrido o mundo a esta altura. Nas fotos, é possível ver Bolsonaro
andando de capacete, mas retirando o equipamento para conversar com
quatro profissionais que faziam a limpeza no entorno do Alvorada.
Os cidadãos simples do País, que lutam para pagar as contas no fim do
mês, com a economia assolada pela pandemia e os empregos escoando aos
milhões pelo ralo, bem que poderiam ficar sem essa.
Sem a visão de seu líder aproveitando a quarentena para dar uma
escapadinha e, ainda por cima, comprometendo a saúde de trabalhadores
que estão muito longe da condição presidencial de poder contar com
médicos de plantão 24 horas por dia.
Mas, infelizmente, o Brasil já sabe que pode contar com uma máscara de proteção quando tudo ao redor falta.
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