sexta-feira, julho 24, 2020

A máscara que salva.

Não resta mais qualquer dúvida de que é o uso de máscara que nos tem favorecido na luta contra o novo coronavírus. Não foram cloroquina, azitromicina e ivermectina os responsáveis por nossa vantagem em colocar a curva pandêmica numa ligeira tendência de baixa. Foi a adesão majoritária das pessoas à máscara de proteção, por mais que ela seja precária em muitos casos.

Naturalmente, há exceções, mas elas não se comparam ao número daqueles que passaram a usar a máscara sem reclamar.

Nesse sentido, essas milhares de pessoas entenderam que a melhor proteção num momento como este é justamente o mais acessível, o mais barato e o que pode ser feito até em casa.

Afinal, quem é mais vulnerável economicamente sabe a desgraça que é cair numa urgência de hospital neste momento, quando é até mais fácil ser atendido por Covid-19 do que por uma obstrução de artéria.

É claro que esse bom exemplo dado de graça pelas pessoas simples não poderia ser seguido pelo presidente da República, flagrado no fim da tarde de ontem andando de moto e conversando com garis sem máscara, apesar de testado pela segunda vez com o vírus.

O passeio, registrado pelas câmeras da agência Reuters, já deve ter corrido o mundo a esta altura. Nas fotos, é possível ver Bolsonaro andando de capacete, mas retirando o equipamento para conversar com quatro profissionais que faziam a limpeza no entorno do Alvorada.

Os cidadãos simples do País, que lutam para pagar as contas no fim do mês, com a economia assolada pela pandemia e os empregos escoando aos milhões pelo ralo, bem que poderiam ficar sem essa.

Sem a visão de seu líder aproveitando a quarentena para dar uma escapadinha e, ainda por cima, comprometendo a saúde de trabalhadores que estão muito longe da condição presidencial de poder contar com médicos de plantão 24 horas por dia.

Mas, infelizmente, o Brasil já sabe que pode contar com uma máscara de proteção quando tudo ao redor falta.

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