Anfetaminas de prescrição, como a dexanfetamina e os sais mistos de
anfetaminas, são substâncias que oferecem melhor retorno no tratamento
de pacientes com dependência de cocaína. A descoberta consta de uma
análise assinada por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), da Universidade de Columbia e do Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime (UNODC) e foi publicada na revista científica Psychopharmacology. 



A equipe de cientistas avaliou resultados obtidos através de 38
ensaios clínicos, que abrangeram os efeitos do tratamento de 2.889
dependentes químicos. Desse total, 26 estudos abordavam,
especificamente, cuidados voltados a pacientes com dependência em
cocaína. A indicação de psicoestimulantes que imitam os efeitos
farmacológicos da cocaína vem sendo cogitada desde que se notou sua
aplicabilidade em tratamentos para dependentes de opioides e nicotina.
Na análise, foram considerados psicoestimulantes de ação mais
intensa, como o metilfenidato e o modafinil, além das anfetaminas. Foram
observados, ainda, outros fatores da equação, como modos de manter os
períodos de abstinência, isto é, quando os pacientes deixam de consumir a
droga, a administração de doses elevadas dos medicamentos testados no
tratamento e formulações de liberação prolongada.
O que se percebeu é que os pacientes tratados com anfetaminas
prescritas tiveram quase duas vezes e meia mais chances de ficar três
semanas em abstinência. A eficácia também aumentou à medida que as doses
eram ampliadas, fato explicado em razão das alterações cerebrais
provocadas pelo uso constante da cocaína.
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