O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís
Roberto Barroso, decidiu retirar a biometria da eleição municipal deste
ano.
O ministro seguiu recomendação de um grupo de médicos e dos técnicos
da corte, que constataram que a identificação por digital poderia
representar até 70% do tempo gasto por eleitor para votar.
A expectativa é que o veto à tecnologia reduza a criação de filas e
de aglomerações, o que é recomendável por causa da pandemia do novo
coronavírus. A questão deve ser incluída nas resoluções da eleição de
2020 e levada a referendo do plenário do TSE na volta do recesso, em
agosto.
Assim, a tendência é que todos os ministros, com quem Barroso tem
mantido contato, sigam na mesma linha e aprovem a retomada da
identificação por assinatura no caderno de votação.
Por causa da pandemia, o adiamento do pleito
foi aprovado pelo Congresso e, agora, o primeiro turno será realizado
em 15 de novembro e o segundo, se necessário, em 29 de novembro.
Para reduzir o risco de contágio, o TSE deverá fazer uma campanha
para estimular as pessoas a levarem a própria caneta no dia da votação.
A escolha também envolveu um cálcul o político. Isso porque a
identificação biométrica representa um dos principais esforços da
Justiça Eleitoral nos últimos anos, que teve de promover o cadastro
biométrico de milhões de eleitores pelo Brasil.
A ferramenta serve para combater fraudes e dirimir as críticas sobre as suspeitas relativas à lisura das urnas eletrônicas.
A decisão foi tomada após Barroso ouvir os médicos David Uip, do
Hospital Sírio-Libanês, Marília Santini, da Fiocruz, e Luís Fernando
Aranha Camargo, do Hospital Albert Einstein, que integram um grupo
formado pelo tribunal para debater medidas a serem adotadas no pleito
deste ano.
A parceria da corte foi firmada com as instituições de saúde que os
especialistas representam e é prestada de forma gratuita a fim de
estabelecer um protocolo de segurança a ser replicado em todas as seções
eleitorais do Brasil.
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