Na petição inicial, os membros do MPSP Eduardo Valério, Arthur Pinto Filho e Anna Trotta Yaryd pedem que não seja realizada qualquer operação de natureza policial militar na região. Eles pedem também que haja estudo prévio de impacto e de efetividade das medidas a serem adotadas em operações de segurança urbana pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana e por sua GCM na Cracolândia, além de implantação de canal de denúncias para a população e capacitação dos guardas, entre outras medidas.
Os promotores fizeram um histórico de atuações excessivas perpetradas pela GCM na região, em situações caracterizadas pelo desvio de função e abuso de poder. O MPSP afirma que as apurações acontecem desde 2017 no âmbito da Promotoria de Direitos Humanos, que já ouviu integrantes e dirigentes da GCM e fez várias tentativas de solução extrajudicial, por meio de reuniões voltadas à mudança de atuação da corporação.
Segundo a promotoria, a pretexto de combater os traficantes de drogas, as forças de segurança atacam os usuários “que sofrem, em consequência, a violência do traficante, a violência das 'polícias' e as fraquezas próprias e pessoais, derivadas de sua dependência química e de sua exclusão social”.
“A triste história do local registra as inúmeras e fracassadas tentativas do Poder Público – Estadual e Municipal – no enfrentamento do problema, com a sucessão de projetos, ora consistentes ora eleitoreiros, que custam grandiosos volumes de recursos públicos, mas poucos ou minúsculos resultados apresentam”, ressaltam os promotores na ação.
Ainda de acordo com os membros do MPSP, a região da Cracolândia precisa de políticas públicas de cuidado com pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. O órgão aponta ainda a falta de continuidade e estabilidade das políticas públicas implantadas.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou, em nota, “que não foi oficialmente noticiada sobre o ajuizamento da ação civil pública mencionada e reforça a disponibilidade para prestar esclarecimentos após ciência dos termos”.
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