quinta-feira, dezembro 23, 2021

Natal será o mais desigual do Brasil em pelo menos 14 anos, calcula FGV.

Que a pobreza já havia voltado a crescer no pré-pandemia não é novidade. E que depois dela se aprofundou ainda mais, idem. A novidade, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE) é que, mesmo com auxílios emergenciais e Auxílio Brasil já sendo pago, este será o Natal mais desigual desde 2007. Isso fica demonstrado ao escarafunchar a intenção de compras de presentes das famílias.

A diferença de intenção de compras das famílias que ganham até R$ 4,8 mil ao mês e as que ganham acima desse valor atingiu 44,4 pontos. A maior desde o início da série histórica analisada. 

“O indicador que mede a intenção de gastos com compras de Natal mostra que será um período melhor para o comércio do que no ano passado, ainda que as famílias continuem cautelosas em relação ao consumo. Entretanto, isso ainda não é um resultado favorável comparando com anos anteriores. As famílias de mais baixa renda, maior parcela da população, são as mais afetadas. Para elas, o Natal será mais magro. Muitos não irão comprar presentes, e mesmo para aqueles que irão comprar, dizem que gastarão menos”, analisa Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV-IBRE.

Entre aqueles brasileiros mais ricos que pretendem gastar com presentes em 2021, o preço médio das lembranças de Natal é de R$ 164, abaixo dos R$ 171 do ano passado. Já entre os mais pobres, de R$ 59, nível inferior aos R$ 61 de 2020. Na média, o gasto pretendido pelos brasileiros sobe de R$ 104 a R$ 106. E a maior parte das compras devem ser feitas em lojas físicas.

“As vendas online continuam mantendo o padrão adquirido na pandemia. O que ocorre é que com o relaxamento das medidas restritivas, consumidores voltaram a ir às lojas”, diz Seda.

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