No processo de identificação desse potencial, a verificação da disponibilidade de fontes renováveis em cada região é fundamental. David Mendes, doutor em Física da Atmosfera e professor do Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas da UFRN (DCAC), explica que, no caso do RN, a produção eólica é possibilitada pela velocidade constante dos seus ventos, ainda que apresente picos em determinados períodos do ano. Essa característica permite que o potencial dessa fonte possa ser calculado e captado com mais facilidade para geração de energia. “O vento que sopra, por exemplo, em janeiro, é um vento que vai soprar, particularmente, em termos de velocidade, no mês de abril”, esclarece.
Com a energia solar, que perpassa toda a região Nordeste, não é diferente. A pouca presença de nuvens permite que os raios solares sejam resgatados e utilizados como meio energético no estado potiguar. David observa que isso é possível porque locais com muitas nuvens impedem que a radiação alcance a superfície e, posteriormente, seja captada. “Quando temos uma região com pouca nebulosidade, poucas nuvens, ela é mais propícia e, geralmente, na região equatorial da Terra (caracterizada pela baixa latitude e temperatura média de 27 °C), nós temos uma constância na radiação solar ao longo do ano”.
Apesar de essenciais, os recursos naturais não trabalham sozinhos na produção de fontes alternativas. Pelo contrário, essa atividade abrange diferentes etapas da produção científica e depende da mão de obra humana para avançar. Entre as ciências que fundamentam essa trajetória, está a meteorologia. Se no conceito ela está no campo do estudo da atmosfera, na prática seu papel é identificar potenciais energéticos e participar do planejamento de parques eólicos e solares. “É por meio de um estudo feito dentro da academia ou por empresas particulares que o meteorologista consegue identificar exatamente qual é a melhor área de captação – de onde você vai tirar o máximo daquela captação, seja do vento, seja da radiação solar”, ressalta David.
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