Moraes analisa um requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP) que acionou o Supremo após Bolsonaro defender em uma transmissão pela internet a divulgação dos nomes dos integrantes da Anvisa que aprovaram a utilização da vacina da Pfizer para crianças a partir de 5 anos. Em nota, o presidente da Anvisa e os quatro diretores da agência disseram ser alvos de "ativismo político violento".
Além de Bolsonaro, o ministro do STF também determinou que o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, preste explicações sobre os fatos. O despacho foi assinado na quarta-feira (22).
Randolfe Rodrigues afirmou que Bolsonaro "fez questão de propalar aos quatro ventos que não concordava com a decisão técnica da Agência, inclusive ameaçando os profissionais, integrantes do corpo técnico do órgão, que votarem peja aprovação do uso da vacina no público infantil".
Segundo o senador, a intenção do presidente "não é exatamente aquela mais alinhada à transparência no trato da coisa pública, mas a de constrangimento dos servidores e a de construção de um cenário de demérito à decisão da agência".
"Em simples termos: o que o presidente quer, na verdade, é promover uma onda de desinformação, com a propagação de notícias falsas que visem desestimular os pais a vacinarem seus filhos contra a Covid-19. Aliás, nada muito diferente daquilo que vem fazendo desde o início da pandemia - a tal "gripezinha" que vitimou mais de 600 mil brasileiros e gravemente sequelou tantos outros — inclusive desde o inicio da campanha de imunização — em que, na visão do Presidente, muitos "se transformaram em jacarés", afirmou.
No episódio da vacina para crianças, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente colocaram em xeque a decisão da Anvisa.
O ministro determinou a abertura de uma consulta pública - que se iniciou nesta quinta-feira (23) - sobre vacinação de crianças.
Queiroga disse que vai ouvir a comunidade científica e promover um "amplo debate" antes de decidir. Ele anunciou que a decisão será anunciada no próximo dia 5.
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