sábado, maio 15, 2010

Crítica: Novela Viver a Vida termina sem começar


A novela Viver a Vida poderia ser assim resumida: uma modelo linda sofre um acidente e fica tetraplégica. No meio da novela, ela troca o gêmeo careta pelo gêmeo "irreverente". No final, ela se casa e tem gêmeos.

Viver a Vida transformou Passione na novela das oito mais esperada dos últimos tempos. Seu último capítulo foi chato como toda a novela. Tão chato que, de novo, mas pela última vez, Teresa (Lilia Cabral) disse que não perdoava Helena (Taís Araújo) por causa do acidente de Luciana (Alinne Moraes).

Os clichês de sempre (casamentos, nascimentos, personagens felizes para sempre) foram apresentados numa sequência de acontecimentos previsíveis. E o que dizer da maneira como Luciana e Helena se descobriram grávidas? A primeira teve um enjoo no café da manhã. A segunda simplesmente acordou no meio da noite e disse: Estou grávida. Pastelão? Premonição? Download durante o sono?

Mas nem tudo foi tragédia em Viver a Vida. A novela foi firme na proposta de tratar de superações e expor (mesmo que com o exagero das novelas) a problemática dos cadeirantes. Como tetraplégica, Alinne Moraes roubou a novela. Colocou a protogonista Helena em segundo plano (em muitos momentos, em terceiro plano).

Talvez uma única personagem deixe saudade: a Isabel de Adriana Birolli. Uma vilã que não matou ninguém. Só aprontou. A cena em que colocou som alto, atrapalhando a primeira transa da irmã, só não foi a melhor do último capítulo porque, ao final de tudo, já encerradas todas as tramas, apareceu o maestro João Carlos Martins regendo Beethoven diante de uma plateia de pessoas que se superam todos os dias.

De resto, Viver a Vida foi uma novela que terminou sem nunca ter começado.

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