Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, a presidente Dilma Rousseff disse que não faz política de "toma lá dá cá" e negou ter sido forçada a atender exigências de aliados. "Nunca dei nada a ninguém que eu não quisesse". A entrevista, de pouco mais de 20 minutos, foi exibida em dois blocos, na noite desse domingo. A primeira parte foi gravada no Palácio da Alvorada e a segunda, no Planalto.
"Você me dá um exemplo do 'dá cá' que eu te explico o 'toma lá'" respondeu Dilma à jornalista Patrícia Poeta, quando questionada sobre pressões dos partidos de sustentação do governo. Em seguida, amenizou: "Tô brincando contigo". Dilma disse que não se sente refém das bancadas aliadas no Congresso.
A presidente afirmou que o combate à corrupção "jamais se encerra" e que não gostaria de trocar mais ministros, depois da saída de quatro deles em apenas três meses. E rejeitou o termo faxina para as ações contra desvio de dinheiro público. "Faxina começa às seis da manhã e, às oito, ela já acabou", comparou.
Lembrada de que algumas demissões estão ligadas a suspeitas de corrupção, Dilma, sem citar nomes, disse que os ex-ministros "ainda não foram julgados, então não podem ser condenados". "Eu espero nunca trocar nenhum ministro e muitos deles eu não troquei exatamente por isso (corrupção)", respondeu, citando Nelson Jobim, que deixou o Ministério da Defesa em agosto. Também saíram do governo Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Wagner Rossi (Agricultura).
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