A greve das instituições federais de ensino do país completa três meses e, num contexto de impasse e negociações paradas, está perto de alcançar a maior paralisação da história das universidades, institutos e centros federais de educação tecnológica (Ifets e Cefets), em 2005, quando professores cruzaram os braços por 112 dias, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Na maior universidade do estado, a Federal de Minas Gerais (UFMG), o movimento grevista já dura dois meses. Mesmo sem uma definição sobre o fim do movimento, a maioria das instituições garante que seus processos seletivos estão mantidos nas datas previamente estipuladas. Mas, se a situação está sob controle para quem ainda não entrou na universidade, a ansiedade já toma conta de quem esperava apenas o ano acabar para pôr a mão no diploma. Pelo menos 152 mil estudantes mineiros são afetados pelo movimento e já há universidades discutindo a hipótese de anular o semestre.
Na esperança de se formar até o fim do ano, o estudante do 10º período de engenharia elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Bruno Lemos, de 24 anos, teme que a greve atrapalhe seus planos de tentar programas de trainees. “Fico um pouco ansioso, porque os processos seletivos já estão começando e o início do treinamento é em janeiro. Há também muitos concursos na área de engenharia para o início do ano que vem, e gostaria de garantir uma vaga”, afirma o aluno, que no entanto se declara solidário à causa dos professores. “Entendo e respeito, mas estou na expectativa de que as aulas retornem em um mês, no máximo, para conseguirmos repor tudo até janeiro”, afirma.
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