Na véspera do voto de desempate a ser
dado pelo ministro do Supremo Celso de Mello – sobre se haverá ou não
novo julgamento de parte dos condenados do mensalão – a presidente Dilma
Rousseff defendeu “imparcialidade” e “serenidade” da Justiça. Pediu
ainda que os magistrados de todo o País “tenham liberdade para tomar
decisões com base nos fatos e no direito, fundados em sua consciência e
sempre protegidos de pressões de qualquer natureza”.
O discurso foi feito na posse de Rodrigo
Janot na Procuradoria-Geral da República, à qual estavam presentes
vários ministros que já votaram no processo. Celso de Mello não estava
lá. Em sua fala, Dilma defendeu em três diferentes momentos a
necessidade de proteção das instituições em relação às diferentes formas
de “pressões”.
Ela não fez qualquer referência ao
mensalão. Destacou “a igualdade de todos perante a lei” e disse que,
“acima de tudo, os brasileiros querem ter a certeza de que as leis serão
cumpridas, os inocentes absolvidos e os culpados condenados”. Para ela,
“é isto que se chama Justiça”.
Dilma pediu também um Ministério Público
com “autonomia e livre de pressões” e uma polícia “equipada e ciente de
seu poder de investigação, com um Poder Judiciário sábio, ágil e sereno
em suas decisões”. Disse ter certeza de que Janot imprimirá uma linha
de atuação eficiente na Procuradoria-Geral, marcada pela “sensatez e
independência”. “Sensatez, para fazer as melhores escolhas.
Independência, para resistir a pressões.”
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