Foto meramente ilustrativa
Denúncias de crianças e adolescentes
relatando a negligência de pais e responsáveis têm aumentado a cada ano
no Brasil e já superam as de violência física e sexual, segundo dados do
Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República.
Na semana passada, o caso do menino
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, chamou a atenção do país.
Encontrado morto com suspeita de ter recebido uma injeção letal antes de
ser enterrado em uma cova dentro de um matagal em Frederico Westphalen
(RS), o garoto se queixava de abandono familiar –
pela morte da mãe, em 2010, e pela ausência do pai, o médico Leandro
Boldrini – e chegou a procurar o Judiciário para trocar de família. O
pai, a madrasta e uma assistente social amiga do casal estão presos por
suspeita de envolvimento no crime.
Denúncias de negligência (a falta de
cuidado de quem tem esse dever) se multiplicaram nos últimos três anos
no país. Em 2013, o Disque Direitos Humanos recebeu mais de 90 mil
ligações sobre o tema – 73,47% do total de 124.079 denúncias. Só em
2014, foram 37.586 telefonemas até abril.
A maioria delas retrata falta de amparo
(89,7%), incluindo casos em que pais ou responsáveis não cumprem seu
papel – por exemplo, expulsam crianças ou adolescentes de casa. Em
seguida, aparecem negligência em fornecer alimentação (37,25%), limpeza e
higiene (31,75%), medicamentos e assistência à saúde (16,5%), e o
abandono (10,4%).
De 2003 a 2010, a negligência ocupava o
terceiro lugar no ranking de denúncias, atrás da violência física e da
sexual. A partir de 2011, porém, ultrapassou as demais.
O Disque 100 mostra, ainda, que a maior
parte das denúncias são contra mães (35,67%) e pais (17,7%). Em 45,1%
dos casos, o local onde ocorre essa situação é a casa da vítima.
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