Superbactérias
É procedimento de guerra biológica.
Quando as bactérias desenvolvem resistência a antibióticos, as
principais armas da batalha são água e sabão.
“Elas têm facilidade de adesão a
superfícies. Consequentemente, a higienização, a limpeza, é o único meio
eficaz de erradicá-las”, ensina o médico infectologista Hugo Noal.
Em Chapecó, Santa Catarina, há duas
semanas o Hospital Regional do Oeste descobriu que dois pacientes graves
da UTI, que vieram de outros hospitais da região, estavam contaminados
com uma superbactéria. Rapidamente, testou os outros que estavam ou
estiveram na UTI.
“Foram realizados mais de 200 exames
microbiológicos, para que a gente possa separar aqueles que estão
colonizados pelo germe”, conta Noal.
Nessa varredura, mais seis pacientes contaminados foram isolados. Quatro tiveram alta nos últimos dias.
O perigo aqui é a Acinetobacter
baumanii. Em pessoas saudáveis, ela não causa infecção. Mas em doentes
que estão com o sistema imunológico enfraquecido, internados em UTI, que
respiram por aparelhos, podem causar infecção generalizada.
Em Fortaleza, no Ceará, a mesma bactéria
resistente contaminou a UTI do Hospital Messejana. A Acinetobacter
agravou o quadro de saúde de sete pacientes, e eles morreram. Um
infectado continua em observação.
Uso indiscriminado de antibióticos preocupa
Só em 2012, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, a Anvisa, registrou quase 10 mil casos de
bactérias resistentes a remédios nas UTIs do país.
Já foram encontradas aqui todas as
bactérias que constam de um alerta da Organização Mundial da Saúde: elas
provocam de pneumonia e diarreia até a gonorreia, uma doença
sexualmente transmissível. A OMS afirma que o uso indiscriminado de
antibióticos pode levar a um retrocesso.
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