De acordo com os pesquisadores, a dupla mastectomia só é recomendada para uma pequena proporção de homens e a taxa observada no estudo supera essa proporção(Istock/Getty Images)

O número de homens americanos com câncer de mama que optam pela dupla mastectomia aumentou de 3%, em 2004, para 5,6% em 2011. É o que diz um estudo publicado na última edição da revista científica JAMA Surgery.

A pesquisa, conduzida pela Sociedade Americana de Câncer e o Instituto Dana Faber para o Câncer, incluiu dados de 6 332 homens. Embora os pesquisadores não saibam afirmar os motivos dessa tendência, eles acreditam que seja uma combinação de fatores: garantir a prevenção máxima para evitar o surgimento da doença, o aumento da disponibilidade de testes genéticos e o “efeito Angelina Jolie”, que retirou as mamas de forma preventiva.

De acordo com os autores, o mesmo padrão de comportamento já havia sido observado em mulheres. Eles ressaltam, contudo, que esse tipo de procedimento – retirar uma mama que está saudável – nem sempre é necessário.

“A operação só é recomendada para uma pequena proporção de homens (que tem a mutação no gene BRCA) e a taxa observada no estudo é maior que essa proporção. Além disso, há uma falta de evidências que sugerem que tais mastectomias ajudam os pacientes a viver mais tempo”, afirmou Ahmedin Jemal, vice presidente de vigilância e serviços pesquisa de saúde da Sociedade Americana de Câncer e principal autor do estudo, ao site especializado Live Science.

Os pesquisadores descobriram que, em média, os homens que optaram pelo procedimento, eram mais jovens do que aqueles que não o fizeram. A taxa de dupla mastectomia também foi diminuindo conforme a idade dos pacientes aumentava.

De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, o tumor de mama é 100 vezes mais comum em mulheres do que em homens, mas não é exclusivo delas como o câncer de ovário. Nos Estados Unidos, são estimados cerca de 2 350 novos casos de câncer de mama em homens, em 2015. Via Veja.