O governo estranhou a mudança de posição
do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que recomendou ao
Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da nomeação do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. No Palácio do Planalto,
auxiliares da presidente Dilma Rousseff disseram que, até esta
quinta-feira, todos manifestavam confiança na entrada de Lula no
governo, mas, agora, o ambiente é de incerteza.
Janot defendeu a nomeação de Lula em
parecer do dia 28 de março, quando também se disse favorável à
manutenção das investigações relacionadas a ele com o juiz Sérgio Moro.
No novo parecer enviado ao Supremo, porém, o procurador-geral da
República vê possível “desvio de finalidade” na nomeação, porque Dilma
teria revelado uma “sofreguidão” para encaixar o ex-presidente na Casa
Civil.
Quando o ministro do Supremo Gilmar
Mendes suspendeu os efeitos da posse de Lula, em 18 de março, o
argumento usado por ele foi o de que o petista — alvo da Operação Lava
Jato — havia sido nomeado apenas para conseguir prerrogativa de foro
privilegiado, escapando da alçada de Moro. A Advocacia-Geral da União
(AGU) recorreu da decisão de Gilmar e o caso ainda aguarda julgamento.
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