A recriação da CPMF deve enfrentar
resistências da população, segundo a pesquisa “Retratos da Sociedade
Brasileira – Serviços Públicos, tributação e gasto do governo”,
realizada pelo Ibope Inteligência para a Confederação Nacional da
Indústria (CNI). Ao todo, 73% dos brasileiros são contra o retorno do
tributo, enquanto apenas 20% são favoráveis.
Os porcentuais são semelhantes ao
observado em 2010, quando também se discutiu a volta da CPMF para elevar
a arrecadação do governo destinada à saúde. Naquele ano, 72% eram
contra e 20% a favor.
Os entrevistados foram apresentados à
atual proposta de recriação da CPMF como meio de arrecadação para a
Previdência Social e saúde pública. Antes da explicação, apenas 32%
sabiam dizer o que é a CPMF e a definiram como um tributo. “Isso mostra o
grande desconhecimento da população sobre o tema, que tem ganhado
destaque nas discussões sobre como corrigir o déficit fiscal”, alertou a
CNI.
A resistência à recriação da CPMF pode
ser explicada pela visão de 70% dos brasileiros de que se trata de um
imposto injusto. Outros 59% acreditam que o tributo vai aumentar os
preços dos produtos.
“Esses resultados indicam que a maioria
dos brasileiros entende que a CPMF, apesar de incidir sobre
movimentações financeiras, impacta todos os brasileiros por ser embutida
no preço dos produtos, consumidos por toda a população, inclusive os
mais pobres”, diz a entidade.
Por fim, 61% dos brasileiros discordam
total ou parcialmente de que a recriação da CPMF iria melhorar a vida
dos brasileiros, uma vez que o governo teria mais recursos para investir
em saúde e Previdência. Apenas 33% concordaram, total ou em parte, com a
afirmação.
A coleta de dados para a pesquisa ocorreu entre os dias 17 e 20 de março e ouviu 2.002 entrevistados em 143 municípios.
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