O Ministério Público Federal (MPF) concluiu que a "pedalada" fiscal
envolvendo o Plano Safra - uma das duas bases do processo de impeachment
da presidente Dilma Rousseff no Senado - não se configurou operação de
crédito nem crime. O mesmo entendimento foi aplicado a outras
"pedaladas", que não fazem parte do impeachment, como os atrasos de
repasses da União para a Caixa Econômica Federal (CEF) referentes a
programas sociais como o Bolsa Família, seguro-desemprego e abono
salarial.
O procurador da República Ivan Cláudio Marx, responsável pelo
procedimento criminal aberto no MPF no Distrito Federal, pediu nesta
quinta-feira à Justiça Federal o arquivamento do inquérito. Na última sexta-feira, Marx já havia decidido arquivar parte das investigações, referente à "pedalada" com o BNDES.
Os atrasos do governo nos repasses de auxílio de taxas de juros de
financiamentos do banco foram entendidos como um "simples inadimplemento
contratual".
Este tipo de subsídio é o mesmo usado no Plano Safra: o governo, para
garantir taxas menores nos financiamentos, faz aportes como compensação
ao Banco do Brasil. O processo de impeachment no Senado diz que os
atrasos do governo em relação ao Plano Safra configuram uma operação de
crédito, uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e crime de
responsabilidade de Dilma.
O crime descartado pelo procurador está previsto no Código Penal. É
punido com prisão de um a dois e diz respeito a ordenar, autorizar ou
realizar operação de crédito sem prévia autorização legislativa.
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