Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da
União Nacional Camponesa (UNC) e da Frente Revolucionária Mulheres em
Luta ocuparam, na madrugada hoje (22), o prédio do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília.
De acordo
com os organizadores, 650 pessoas participam do ato. O Incra informou
que 200 trabalhadores participaram do ato. A Polícia Militar não
informou o número de manifestantes. Desde as 11h, o grupo e
representantes do Incra estão em negociação. O acesso ao prédio do
instituto está bloqueado.
Os manifestantes pedem intervenção imediata do governo no combate aos conflitos agrários. “Pela
vida, a questão que o Incra entende como conflito agrário, para nós é
massacre, morte, estupro, abuso contra mulher, criança, idoso dentro dos
acampamentos que a gente tem no Brasil", disse o líder da UNC, Júlio César Chaves.
Uma
das regiões mais críticas, conforme Chaves, é o estado do Pará, onde
oito trabalhadores foram mortos este ano em acampamentos. No estado,
Chaves disse que há ação de milícias e grande número de crimes de
pistolagem. “Está virando um caso tão rotineiro que os outros estados
estão sofrendo a mesma situação. Daqui a pouco, a gente está com um
Brasil sangrento.”
O grupo argumenta ainda que o Incra não está cumprindo 191 itens acertados dentro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Com
o acordo, os trabalhadores informaram que poderiam obter cestas
básicas, lona, impressoras, carros-pipas por meio de recursos
distribuídos pelas superintendências regionais. “Esses recursos não
chegam há anos e, se chegam, não vão até eles [os trabalhadores]”, disse
Júlio Chaves.
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